Na mesma onda foram entregues à iniciativa privada
parte da produção de nitrogênio (duas fábricas,
uma em Camaçari (BA) e outra em Laranjeiras
(SE), continuaram com a Petrobras) e a exploração
de uma mina de potássio, em Sergipe, antes controlada
por uma subsidiária da BR e, agora, pela Vale.
O predomínio da produção nacional sobre as
importações resistiu até os primeiros anos desta
década, o que proporcionou um forte movimento
de concentração da produção e da distribuição,
na medida em que grandes grupos multinacionais,
ao ensejo da posse da matéria-prima, alijaram
pela competitividade ou pela compra de empresas
parcelas importantes da concorrência.
Esse perfil, mais uma vez, começou a mudar,
forçado por um extraordinário crescimento dademanda aliado a investimentos em produção de
pequena monta. Hoje, o Brasil é quase 70% dependente
de importações. Quando isso acontece,
é comum voltar a falar em grandes projetos, sobretudo
depois de um ano como o de 2008, quando
o mundo tremeu com os preços estratosféricos
alcançados pelo produto.
No momento, o governo e a iniciativa privada
anunciam novos investimentos. Da Petrobras,
a terceira unidade de produção de amônia
e ureia; da Vale, a exploração de potássio, desde
a Argentina até a Amazônia, e de fosfato, no
Peru; e da iniciativa privada, a exploração de
novas minas de fosfato.
Há outros entraves ao agronegócio, principalmente
gerados fora do setor: infraestrutura de
pouca competitividade, falta de mecanismos de
financiamento e securitização que impeçam endividamentos
excessivos, recursos e instrumentalidade
para inovação e pesquisas, equilíbrio e
conscientização nas formas de proteção ambiental,
e a lembrança de que, além de índices, há trabalhadores
envolvidos na atividade.
A começar pelos investimentos incluídos no
Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)
que deveriam melhorar o perfil da matriz de
transportes, historicamente centrada na malha |
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rodoviária, além de tudo precária. O crescimento
dos modais ferroviário e hidroviário caminha
a passo de tartaruga.
Recentemente, soube-se da falta de recursos
orçamentários para subvencionar os prêmios das
apólices de seguro rural no País. Recursos que
não faltam às economias desenvolvidas na hora,
não de subvencionar o seguro rural, mas de favorecer
os agricultores com gordos subsídios.
Já a pesquisa agrícola vive em uma gangorra.
De um lado, pesa a falta de recursos, que não é uma
verdade absoluta. Na outra, pesa a dificuldade deas pesquisas saírem dos institutos para as lavouras
e para o mercado, sobretudo quando esses deveriam
atender a agricultura familiar. De boca
cheia, fala-se na Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa) como se fosse única.
Não é, ainda que excelente. O Instituto Agronômico
de Campinas (IAC), desde que foi fundado,
em 1867, presta inestimáveis serviços à inovação.
Centros de excelência como esses vicejam em várias
universidades do País. Pena que, em geral,
seus trabalhos param nas publicações científicas
e nas teses de mestrado e doutorado. |
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