Da safra entre 1990 e 1991 até a última, a área plantada de grãos cresceu 25,8%.



Não é diferente a história das entidades não oficiais que representam o setor. Como se fosse necessário reproduzir o ethos conservador do meio rural, sempre estiveram na retranca dos avanços sociais e, somente após um empurrão dado pelo Estado, na década de 1970, passaram a dar importância ao uso de insumos e manejos modernos.

O estágio atual de nossa agropecuária é mais bem percebido se analisados os últimos 50 anos de sua história. Antes disso, tínhamos um país atordoado pelos resultados dos ciclos monocultores, pelos dois períodos do governo de Getúlio Vargas – 1930 a 1945, com os oito anos finais sob as agruras do Estado Novo, e 1951 a 1954, em sua fase democrática e desenvolvimentista. Origens do conflito que se seguiria entre continuar o modelo político hegemônico das elites conservadoras ou dar vazão aos movimentos trabalhistas que pipocavam pelo País. Em 1964, o golpe militar decidiu a direção a seguir.

Daí em diante, duas ações aparentemente contraditórias ditaram os rumos da agricultura. A primeira, de caráter positivo, nas décadas de 1960 e 1970, foi o lançamento pelo governo de vários programas de incentivo. Do “pacote” faziam parte a institucionalização do Crédito Rural (1965), o Plano Nacional de Fertilizantes e Calcário Agrícola (1973), a fundação da Embrapa (1973), o apoio à ampliação dos Escritórios de Extensão Rural (Emater), a política de garantia de preços mínimos de comercialização e, ainda em 1975, como resposta à crise mundial do petróleo, a criação do Proálcool.
Tudo ia bem até que, no plano interno, o recrudescimento da inflação e, no plano externo, uma crise cambial de âmbito mundial, interromperam a sucessão de ações voltadas ao crescimento econômico.

O governo decide então implantar políticas de forte cunho monetarista. Não se sabe se para o bem ou para o mal, a agropecuária teria de passar a viver com suas próprias pernas. Mas o impulso havia sido dado e, respeitando os ciclos intrínsecos à atividade, entre altos e baixos, a agropecuária se desenvolveria aliando sua desrespeitada vocação agrícola ao acelerado processo de industrialização e à incorporação de novas tecnologias.

Há uma infinidade de estatísticas que mostram esse desempenho.Da safra 1990-1991 até a última (2008-2009), a área plantada com grãos cresceu 25,8% (1,3% ao ano) e a produção, 133% (4,8% ao ano), indicando que, no período, mais do que abrir novas áreas de campo, os produtores intensificaram o uso de insumos. Tanto que a produtividade média dos grãos dobrou, passando de 1.500 kg/ha para quase 3.000 kg/ha.

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